A depressão na adolescência é uma perturbação do humor que afeta o modo como o adolescente pensa, sente e se comporta.
Não é “drama”, “rebeldia” ou “preguiça”, é uma condição clínica reconhecida pelo DSM-5-TR, que causa sofrimento significativo e pode comprometer o desenvolvimento emocional, académico e social.
Sinais de depressão na adolescência
Os sintomas podem ser subtis e confundidos com mudanças típicas da idade, por isso é importante saber reconhecê-los.
Os sinais mais comuns de depressão na adolescência incluem:
- Tristeza persistente ou apatia;
- Irritabilidade frequente ou explosões de raiva;
- Sensação de vazio, desesperança ou inutilidade;
- Baixa autoestima e culpa excessiva.
- Dificuldade de concentração e perda de interesse nos estudos;
- Pensamentos negativos recorrentes;
- Ideação suicida ou pensamentos sobre a morte.
- Alterações no sono (insónia ou excesso de sono);
- Mudanças no apetite e no peso;
- Isolamento social e afastamento de amigos e família;
- Perda de interesse em atividades que antes davam prazer;
- Descuido com a higiene ou aparência;
- Queixas físicas sem explicação médica (dores, fadiga, problemas gastrointestinais)
Causas mais comuns da depressão na adolescência
A depressão na adolescência pode surgir devido a vários fatores, muitas vezes combinados:
- Fatores biológicos e genéticos: histórico familiar de depressão ou desequilíbrios neuroquímicos;
- Fatores psicológicos: baixa autoestima, perfeccionismo, traumas ou perdas;
- Fatores sociais: bullying, isolamento, pressão escolar, conflitos familiares;
- Eventos de vida: separação dos pais, luto, mudanças significativas no ambiente escolar ou social.
É importante sublinhar: não é culpa do adolescente. A depressão é uma doença e precisa de ser tratada com a mesma seriedade que qualquer outra condição de saúde.
Riscos associados à depressão na adolescência
Sem tratamento, a depressão na adolescência pode ter consequências graves:
- Queda no rendimento escolar e abandono dos estudos;
- Dificuldades nas relações interpessoais;
- Comportamentos de risco (consumo de substâncias, automutilação);
- Ideação ou tentativas de suicídio.
Por isso, a intervenção precoce é essencial para prevenir complicações e proteger o desenvolvimento emocional saudável.
Como agir perante a depressão na adolescência
Evite frases como “é só uma fase” ou “tens tudo para estar bem”.
Mostre disponibilidade e empatia:
“Percebo que estás a passar por algo difícil. Queres conversar sobre isso?”
Permitir que o adolescente expresse tristeza, raiva ou medo ajuda a reduzir a intensidade emocional e cria um ambiente seguro para partilhar.
Sono adequado, alimentação equilibrada e tempo de descanso são pilares fundamentais para a regulação emocional.
Manter a conexão com amigos, familiares e atividades significativas reduz
o risco de isolamento.
A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é a abordagem mais eficaz.
Em casos moderados ou graves, pode ser necessário acompanhamento pedopsiquiátrico e medicação.
A Depressão na adolescência é uma realidade silenciosa que precisa de atenção. Com ajuda especializada e suporte familiar, é possível recuperar o equilíbrio emocional e permitir que o adolescente viva esta fase com saúde, autonomia e esperança.
Na Clínica Tear, cada jovem é acompanhado com escuta, ciência e humanidade.