
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é uma síndrome resultante do stress crónico no local de trabalho que não foi gerido com sucesso.
Não é uma doença em si, mas um estado de esgotamento que afeta o bem-estar global da pessoa. Pode manifestar-se também fora do contexto profissional, especialmente em cuidadores, estudantes e pessoas com responsabilidades elevadas.
Como é diagnosticado o burnout?
O burnout é diagnosticado com base numa avaliação clínica detalhada, feita por um(a) psicólogo(a), tendo em conta os seguintes elementos:
1. Entrevista clínica
A avaliação começa por uma conversa estruturada, onde são analisados:
- Contexto de vida e trabalho da pessoa;
- Sinais de exaustão emocional, cinismo ou distanciamento;
- Diminuição da motivação;
- Alterações de humor, sono, apetite e concentração;
- Sentimentos de fracasso ou impotência;
O profissional irá explorar quando os sintomas começaram, como interferem no dia a dia e se há eventos específicos que os agravaram.
2. Critérios clínicos utilizados
Embora o burnout não esteja ainda classificado como uma perturbação mental no DSM-5-TR, existem critérios internacionalmente reconhecidos, como:
- Esgotamento emocional: sensação constante de cansaço, sem energia, irritabilidade;
- Despersonalização: atitude mais fria, cínica ou distante, principalmente em contexto profissional;
- Baixa realização pessoal: sentimento de ineficácia, autocrítica intensa, falta de motivação.
Muitas avaliações recorrem a escalas validadas, como o Maslach Burnout Inventory (MBI) ou questionários de avaliação de stress, ansiedade e depressão.
3. Exclusão de outras causas
Parte importante do processo é perceber se os sintomas são exclusivos do burnout
ou se podem estar associados a:
- Depressão clínica;
- Ansiedade generalizada;
- Perturbação de ajustamento;
- Problemas físicos como défice de ferro, alterações da tiroide ou privação de sono.
Por isso, é essencial procurar avaliação profissional antes de tirar conclusões.

Quem pode diagnosticar o burnout?
- Psicólogos clínicos e psicoterapeutas;
- Médicos de família ou psiquiatras (em contexto médico)
Importa referir que o diagnóstico do burnout deve ser feito por profissionais com formação adequada, capazes de distinguir entre stress comum e esgotamento clínico.
Quando procurar ajuda?
Se sente vários destes sinais há mais de duas semanas:
- Cansaço extremo, mesmo com descanso;
- Falta de motivação para tarefas habituais;
- Vontade de desistir ou "desaparecer";
- Pensamentos de culpa ou desvalorização pessoal;
- Irritabilidade constante ou crises de choro;
- Alterações significativas no sono ou apetite.
É hora de procurar avaliação. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico do burnout,
mais eficaz será a recuperação.
Como é feito o acompanhamento após o diagnóstico?
Saber como é diagnosticado o burnout é apenas o início. A recuperação envolve:
- Psicoterapia (Terapia Cognitivo-Comportamental ou integrativa);
- Definição de limites e mudança de rotinas;
- Reestruturação de crenças disfuncionais (“tenho de aguentar tudo”);
- Apoio psiquiátrico, quando necessário;
- Reaprendizagem do descanso e autocuidado emocional.
O burnout é uma resposta natural do corpo e da mente à sobrecarga constante.
Saber como é diagnosticado o burnout é o primeiro passo para validar o que se sente
e começar a tratar.
Na Clínica Tear, estamos disponíveis para escutar com empatia, avaliar com rigor e ajudar na recuperação de quem se sente a chegar ao limite.













