Nem sempre é preciso um trauma extremo para abalar a saúde mental.
Por vezes, uma mudança significativa, mesmo que esperada ou desejada, pode ser suficiente para gerar desequilíbrio emocional.
É nesse contexto que surge a perturbação de ajustamento: quando a mudança custa a ser vivida.
O que é a perturbação de ajustamento?
A perturbação de ajustamento é, segundo o DSM-5-TR, uma resposta emocional ou comportamental intensa a um ou mais factores de stress identificáveis.
Geralmente, os sintomas surgem até três meses após a mudança e afetam significativamente o bem-estar e o funcionamento da pessoa.
Não se trata de fragilidade. Trata-se de uma dificuldade legítima de adaptação a uma realidade nova ou desafiante.
Situações que podem desencadear a perturbação de ajustamento
A perturbação de ajustamento pode surgir em contextos como:
-Divórcio ou fim de uma relação amorosa;
-Mudança de casa, escola ou emprego;
-Aposentação ou entrada no mercado de trabalho;
-Diagnóstico de uma doença física;
-Perda de estabilidade financeira;
-Transições familiares (nascimento de um filho, filhos a saírem de casa);
-Conflitos prolongados ou mudanças súbitas na rotina.
Mesmo mudanças “boas” podem ser emocionalmente difíceis. E o corpo manifesta o que a mente tenta esconder.
Sintomas da perturbação de ajustamento
A perturbação de ajustamento manifesta-se através de sintomas emocionais e físicos, tais como:
Sintomas emocionais:
-Tristeza persistente;
-Ansiedade ou irritabilidade;
-Choro;
-Sentimento de fracasso;
-Dificuldade de concentração;
Sintomas físicos e comportamentais:
-Alterações do sono;
-Dores sem causa médica;
-Evitamento social;
-Baixo rendimento no trabalho ou escola;
-Isolamento emocional.
Estes sinais são alertas da saúde mental a pedir cuidado.
A perturbação de ajustamento é diferente de depressão?
Sim. A perturbação de ajustamento distingue-se da depressão por:
-Ter uma causa claramente identificável (evento recente);
-Ser temporária, tende a melhorar com o tempo ou com suporte;
-Ter sintomas menos intensos do que uma depressão major.
Ainda assim, sem acompanhamento, pode evoluir para quadros mais graves.
Como tratar a perturbação de ajustamento?
A abordagem mais eficaz para a perturbação de ajustamento é a psicoterapia, com foco em:
-Terapia Cognitivo-Comportamental: trabalha os pensamentos desadaptativos e desenvolve estratégias de coping;
-Psicoeducação: ajuda a compreender o impacto emocional da mudança;
-Técnicas de regulação emocional e relaxamento;
-Reorganização da rotina e apoio nas decisões difíceis.
Em alguns casos, pode ser considerada medicação, mas sempre com prescrição médica.
Todos passamos por mudanças. Mas nem todas são fáceis de digerir.
A perturbação de ajustamento: quando a mudança custa a ser vivida mostra que o nosso equilíbrio emocional também precisa de tempo, compreensão e apoio para se reorganizar.
Na Clínica Tear, ajudamos a cuidar da saúde mental em todas as fases da vida, mesmo naquelas em que “tudo mudou” e não sabemos por onde recomeçar.
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Referências bibliográficas
Por vezes, uma mudança significativa, mesmo que esperada ou desejada, pode ser suficiente para gerar desequilíbrio emocional.
Geralmente, os sintomas surgem até três meses após a mudança e afetam significativamente o bem-estar e o funcionamento da pessoa.
-Diagnóstico de uma doença física;
-Perda de estabilidade financeira;
-Transições familiares (nascimento de um filho, filhos a saírem de casa);
-Conflitos prolongados ou mudanças súbitas na rotina.
Sintomas emocionais:
-Baixo rendimento no trabalho ou escola;
-Isolamento emocional.
-Ter uma causa claramente identificável (evento recente);
-Ser temporária, tende a melhorar com o tempo ou com suporte;
-Ter sintomas menos intensos do que uma depressão major.
-Técnicas de regulação emocional e relaxamento;
Em alguns casos, pode ser considerada medicação, mas sempre com prescrição médica.
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