Personalidade Múltipla: O Que É a Perturbação Dissociativa da Identidade

Durante muito tempo, o termo “personalidade múltipla” foi usado para descrever pessoas que pareciam ter identidades diferentes a coexistir no mesmo corpo.

Na realidade clínica atual, este quadro é conhecido como Perturbação Dissociativa da Identidade (PDI), tal como definida no DSM‑5‑TR.

Trata-se de uma condição rara, mas real, marcada por alterações significativas na consciência, memória, identidade e perceção de si próprio, geralmente associada a traumas precoces e prolongados.

O que é a Perturbação Dissociativa da Identidade (PDI)?

A PDI caracteriza-se pela presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que se manifestam de forma alternada.

Cada identidade pode ter o seu nome, história, forma de agir, emoções e até padrões fisiológicos.

Estes estados dissociativos não são voluntários. São respostas automáticas do cérebro a traumas intensos, frequentemente vividos na infância, quando a mente procura criar “partes separadas” para lidar com experiências dolorosas.

Sintomas principais

De acordo com os critérios clínicos, a PDI envolve:

-Presença de identidades distintas, com mudanças visíveis no comportamento, fala ou forma de pensar;

-Lacunas de memória recorrentes, que não podem ser explicadas apenas por esquecimento normal;

-Sensação de despersonalização ou desligamento da realidade;

-Sintomas de ansiedade, depressão ou flashbacks traumáticos;

-Dificuldade em manter relações estáveis, devido à alternância entre estados internos.

Causas e fatores de risco

A PDI está fortemente associada a:

-Traumas precoces severos (abuso físico, emocional ou sexual);

-Negligência crónica e falta de vínculo seguro na infância;

-Exposição a situações repetidas de dor ou ameaça sem possibilidade de fuga;

-Mecanismos de defesa dissociativos, em que a mente “se divide” para sobreviver.

Não é um “transtorno inventado” ou fruto de imaginação. É uma resposta extrema do sistema nervoso ao trauma.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico requer avaliação clínica especializada em saúde mental, incluindo:

-História detalhada dos sintomas e experiências traumáticas;

-Exclusão de causas médicas ou neurológicas;

-Observação da presença de identidades distintas e dos padrões de memória fragmentada.

Tratamento da Perturbação Dissociativa da Identidade

Não existe “cura rápida”, mas há abordagens eficazes para melhorar significativamente a qualidade de vida:

1. Psicoterapia especializada

O tratamento centra-se na integração e cooperação entre as diferentes identidades, reduzindo o sofrimento associado.

2. Trabalho com trauma

Intervenções baseadas em terapia focada no trauma ajudam a processar memórias dolorosas e a reduzir flashbacks.

3. Técnicas de regulação emocional e grounding

Ensinar estratégias de autorregulação permite à pessoa sentir-se mais segura no presente.

4. Intervenção multidisciplinar

Em alguns casos, pode ser necessária medicação para sintomas associados (ansiedade, depressão, insónia), sempre como complemento da psicoterapia.

A chamada “personalidade múltipla” não é ficção mas sim um reflexo extremo da capacidade humana de adaptação ao trauma.

A Perturbação Dissociativa da Identidade não define quem a pessoa é, mas explica parte do que sofreu.

Com acompanhamento especializado, é possível aprender a viver com maior integração, segurança e paz interna. Na Clínica Tear, ajudamos a compreender e tratar o impacto do trauma com respeito e cuidado.

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Personalidade Múltipla: O Que É a Perturbação Dissociativa da Identidade

Durante muito tempo, o termo “personalidade múltipla” foi usado para descrever pessoas que pareciam ter identidades diferentes a coexistir no mesmo corpo.

Na realidade clínica atual, este quadro é conhecido como Perturbação Dissociativa da Identidade (PDI), tal como definida no DSM‑5‑TR.

Trata-se de uma condição rara, mas real, marcada por alterações significativas na consciência, memória, identidade e perceção de si próprio, geralmente associada a traumas precoces e prolongados.

O que é a Perturbação Dissociativa da Identidade (PDI)?

A PDI caracteriza-se pela presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que se manifestam de forma alternada.

Cada identidade pode ter o seu nome, história, forma de agir, emoções e até padrões fisiológicos.

Estes estados dissociativos não são voluntários. São respostas automáticas do cérebro a traumas intensos, frequentemente vividos na infância, quando a mente procura criar “partes separadas” para lidar com experiências dolorosas.

Sintomas principais

De acordo com os critérios clínicos, a PDI envolve:

-Presença de identidades distintas, com mudanças visíveis no comportamento, fala ou forma de pensar;

-Lacunas de memória recorrentes, que não podem ser explicadas apenas por esquecimento normal;

-Sensação de despersonalização ou desligamento da realidade;

-Sintomas de ansiedade, depressão ou flashbacks traumáticos;

-Dificuldade em manter relações estáveis, devido à alternância entre estados internos.

Causas e fatores de risco

A PDI está fortemente associada a:

-Traumas precoces severos (abuso físico, emocional ou sexual);

-Negligência crónica e falta de vínculo seguro na infância;

-Exposição a situações repetidas de dor ou ameaça sem possibilidade de fuga;

-Mecanismos de defesa dissociativos, em que a mente “se divide” para sobreviver.

Não é um “transtorno inventado” ou fruto de imaginação. É uma resposta extrema do sistema nervoso ao trauma.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico requer avaliação clínica especializada em saúde mental, incluindo:

-História detalhada dos sintomas e experiências traumáticas;

-Exclusão de causas médicas ou neurológicas;

-Observação da presença de identidades distintas e dos padrões de memória fragmentada.

Tratamento da Perturbação Dissociativa da Identidade

Não existe “cura rápida”, mas há abordagens eficazes para melhorar significativamente a qualidade de vida:

1. Psicoterapia especializada

O tratamento centra-se na integração e cooperação entre as diferentes identidades, reduzindo o sofrimento associado.

2. Trabalho com trauma

Intervenções baseadas em terapia focada no trauma ajudam a processar memórias dolorosas e a reduzir flashbacks.

3. Técnicas de regulação emocional e grounding

Ensinar estratégias de autorregulação permite à pessoa sentir-se mais segura no presente.

4. Intervenção multidisciplinar

Em alguns casos, pode ser necessária medicação para sintomas associados (ansiedade, depressão, insónia), sempre como complemento da psicoterapia.

A chamada “personalidade múltipla” não é ficção mas sim um reflexo extremo da capacidade humana de adaptação ao trauma.

A Perturbação Dissociativa da Identidade não define quem a pessoa é, mas explica parte do que sofreu.

Com acompanhamento especializado, é possível aprender a viver com maior integração, segurança e paz interna. Na Clínica Tear, ajudamos a compreender e tratar o impacto do trauma com respeito e cuidado.


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