Chorar, rir, sentir raiva, medo, tristeza ou alegria. As emoções fazem parte da vida.
Por vezes, parecem intensas, desconfortáveis ou até indesejadas. Mas, na verdade, nenhuma emoção existe por acaso.
As emoções são como bússolas internas: mostram o que importa, o que dói, o que nos move. Ignorá-las, reprimi-las ou julgá-las pode afastar-nos de nós próprios.
Compreender as emoções é um passo fundamental para cuidar da saúde mental.
O que são emoções?
As emoções são respostas psicofisiológicas automáticas que surgem em reacção a estímulos internos (pensamentos, memórias) ou externos (acontecimentos, interações).
Envolvem:
-Alterações físicas (batimento cardíaco, tensão muscular);
-Pensamentos associados;
-Comportamentos que preparam para agir (fugir, aproximar-se, proteger-se).
São universais e têm uma função adaptativa e protectora.
Para que servem as emoções?
1. Proteger
O medo, por exemplo, prepara o corpo para fugir de uma ameaça.
A raiva surge quando os nossos limites são invadidos e dá energia para proteger o que é importante.
2. Ligar-se aos outros
Emoções como a tristeza e a alegria comunicam estados internos e favorecem empatia.
Expressar emoções permite criar relações autênticas e seguras.
3. Dar significado
As emoções são sinais de que algo nos importa.
Sentir tristeza por uma perda mostra que houve amor.
Sentir alegria por uma conquista mostra envolvimento e sentido.
4. Guiar decisões
As emoções ajudam a decidir, mesmo quando achamos que estamos a ser racionais.
Ignorar o que se sente pode levar a decisões desajustadas ou repetição de padrões prejudiciais.
Emoções “boas” vs. “más”? Um mito a desconstruir
Nenhuma emoção é negativa por natureza. O desconforto não significa erro, significa que há algo a escutar.
O problema não está na emoção em si, mas em:
-Como a pessoa aprendeu (ou não) a lidar com ela;
-Como a emoção é julgada ou reprimida;
-Como se expressa ou se evita,
Aprender a reconhecer e regular emoções é essencial para uma vida emocionalmente saudável.
O que acontece quando se evita sentir?
Evitar emoções leva frequentemente a:
-Ansiedade generalizada;
-Sintomas físicos (dores, fadiga, insónias);
-Isolamento emocional;
-Reacções explosivas ou desligadas;
-Dificuldades nos relacionamentos;
Como desenvolver inteligência emocional?
-Aprender a nomear o que se sente: “estou frustrado”, “estou magoado”, “sinto-me desvalorizado”;
-Permitir-se sentir sem julgamento;
-Praticar regulação emocional com técnicas como respiração, escrita ou movimento;
-Procurar apoio terapêutico para compreender a origem de padrões emocionais rígidos
As emoções não atrapalham, orientam.
Permitem viver com mais presença, profundidade e verdade.
Escutá-las com curiosidade, em vez de medo, abre espaço para crescer emocionalmente e viver com mais autenticidade. Na Clínica Tear, ajudamos a transformar emoções em ferramentas de autoconhecimento e equilíbrio.
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Referências bibliográficas
Ekman, P. (1992). An argument for basic emotions. Cognition and Emotion.
Izard, C. E. (2009). Emotion theory and research: Highlights, unanswered questions, and emerging issues. Annual Review of Psychology.
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Ekman, P. (1992). An argument for basic emotions. Cognition and Emotion.
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