"Brain rot" é um termo popular que se tem tornado cada vez mais comum, sobretudo entre pessoas que sentem que o cérebro está “entorpecido”.
Define-se por uma combinação de fadiga mental, apatia, procrastinação, desmotivação e consumo passivo de estímulos, como vídeos curtos, scroll infinito e séries em excesso.
Ainda que não seja um diagnóstico clínico, este estado pode ser prejudicial à saúde mental e emocional. Muitos descrevem a sensação como estar preso num modo automático — sem energia, sem foco, sem vontade de fazer nada.
Sinais de que pode estar a viver um estado de "brain rot"
-Dificuldade em manter a concentração em tarefas simples;
-Apatia perante atividades que antes davam prazer;
-Consumo excessivo de redes sociais ou conteúdo digital passivo;
-Sensação constante de cansaço mental sem esforço cognitivo real;
-Falta de motivação para agir, mesmo com tempo disponível.
Estes sinais não devem ser ignorados. Quando persistem, podem estar associados a estados como anhedonia, défice de estimulação cognitiva ou até sintomas depressivos leves.
Por que razão isto acontece?
O estilo de vida atual, altamente digital e hiperestimulante, expõe o cérebro a:
-Excesso de dopamina instantânea (recompensas rápidas e vazias);
-Falta de pausas conscientes e tédio saudável;
-Rotinas pouco variadas, que reduzem a plasticidade cerebral;
-Sobrecarga de estímulos artificiais, que desvalorizam o contacto com a realidade presente.
O resultado? O cérebro entra em estado de entorpecimento funcional. Faz o mínimo para sobreviver, mas já não encontra prazer ou desafio.
6 Estratégias para Sair do Estado de "Brain Rot"
1. Reintroduzir o tédio produtivo
Permita-se momentos sem estímulo digital. Caminhar sem música, estar em silêncio, fazer tarefas manuais (como cozinhar ou arrumar) promove reorganização mental e criatividade.
2. Praticar atenção plena (mindfulness)
Exercícios simples de foco no momento presente ajudam a reativar as áreas cerebrais associadas à regulação emocional e cognitiva. Basta começar com 5 minutos por dia.
3. Limitar o tempo de exposição a conteúdos curtos
Reduza o tempo em plataformas como TikTok ou Reels, que estão desenhadas para manter o cérebro em busca de estímulos rápidos. Opte por conteúdos mais longos, intencionais e construtivos.
4. Introduzir estímulos cognitivos estruturados
Resolver puzzles, ler (mesmo que pouco), aprender algo novo ou fazer listas organizadas de tarefas ajuda a reativar circuitos de planeamento e memória funcional.
5. Criar uma rotina com início, meio e fim
A estrutura ajuda o cérebro a recuperar previsibilidade, controlo e clareza mental. Inclua horários definidos para dormir, comer, trabalhar, mexer-se e descansar.
6. Procurar ajuda psicológica se os sintomas persistirem
Se o vazio mental continuar, pode haver processos emocionais ou psicológicos mais profundos em jogo. A psicoterapia ajuda a compreender o que está por trás da apatia e a recuperar motivação com segurança e apoio.
O cérebro precisa de nutrição emocional, não apenas de estímulos
Evitar o brain rot não é uma questão de produtividade — é um acto de cuidado mental e emocional. O descanso é essencial, mas o consumo passivo, constante e repetitivo de estímulos pobres cria exaustão invisível.
Para recuperar vitalidade, foco e presença, o caminho está em desacelerar, diversificar, reconectar.
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